quinta-feira, 23 de maio de 2013

Confirmada circulação do Tipo 4 da dengue na Capital e no Sertão. Confira!


A confirmação da presença do vírus causador da dengue tipo 4, nos municípios de João Pessoa e Cajazeiras (no Sertão), feita na tarde de ontem pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), deixou profissionais da Saúde em estado de alerta.

O motivo é que a doença possui maior risco de causar sangramentos e pode deixar o paciente ainda mais debilitado, em relação às outras formas já conhecidas da dengue.

Se a pessoa já tiver adquirido, no passado, outros tipos da doença, a situação exigirá ainda mais cuidados; e em crianças e idosos, o risco de morte aumenta. Por outro lado, a SES assegurou que as ações de combate ao mosquito transmissor foram intensificadas.

Segundo a SES, o vírus tipo 4 da dengue foi detectado por meio de isolamento viral da doença. Este procedimento já vinha sendo realizado desde o ano passado, em várias cidades paraibanas, mas não houve resultado positivo. A confirmação só foi feita entre os meses de março e abril de 2013, quando quatro de 80 amostras analisadas, apresentaram a presença do vírus tipo 4.

Apesar do vírus ter sido descoberto apenas em João Pessoa e em Cajazeiras, a SES fez um “alerta sanitário” para os 223 municípios do Estado, orientando que eles intensifiquem as ações e políticas voltadas à prevenção e combate à doença.

Para a infectologista e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia, seção Paraíba, Érica Guimarães Araruna, o diagnóstico do vírus tipo 4 da dengue representa uma grave ameaça à saúde pública. Ela explica que os infectologistas já sabiam que uma nova cepa da doença já circulava no país, mas sem registro dela na Paraíba. Com esse diagnóstico, a situação exige alerta.

“Isso assusta, porque essa cepa tem uma possibilidade maior de apresentar sangramentos e, com isso, causar maior morbidade. Mas isso não quer dizer que vá ocorrer uma letalidade maior, porque, em geral, os sintomas são os mesmos. O que leva à letalidade são tratamento inadequado e a falta de cuidados”, alerta.

“Temos que incentivar as pessoas tenham mais consciência e adotem mais cuidados com sua casa, não deixando água parada. Com a presença do vírus reconhecida, a população e o sistema de vigilância epidemiológica tendem a ficar mais alertas”, observa.

A geriatra Maria de Fátima Cartaxo, membro da Sociedade Brasileira de Geriatria, seccional Paraíba, também afirma que o diagnóstico do tipo 4 da dengue é motivo de preocupação, principalmente, para os idosos. Ela explica que, sem o tratamento adequado, a doença poderá aumentar a mortalidade entre os pacientes com mais 60 anos, por conta da fragilidade do sistema imunológico e da demora em responder aos medicamentos.

“O risco de morte é maior nos idosos do que nos adultos. E para piorar, a doença não tem vacina Daí, a necessidade das pessoas intensificarem os cuidados com água parada, dentro de casa. A presença desse vírus na Paraíba mostra que o combate ao mosquito saiu do controle. Esse diagnóstico exige ação mais energética. É preciso que o governo intensifique os programas de combate à dengue”, observou.

Ações do governo
De janeiro a 4 de maio deste ano, a Paraíba já notificou 4.876 casos suspeitos de dengue. Destes, 1.472 foram confirmados para dengue clássica e outros 432, descartados. O número é 23,66% maior em relação aos 3.943 casos registrados no mesmo período de 2012.

Dentro das ações de combate à doença, equipes da SES irão visitar as Gerências Regionais de Saúde, instaladas em diversas regiões do Estado, para definir estratégias e fortalecer as ações preventivas da dengue. Além disso, o Estado equipou unidades de saúde e capacitou profissionais para agilizar o diagnóstico e tratamento da patologia.

Nathielle Ferreira