Dias antes de
ser morto, o aposentado Edgar Ramos de Sousa, de 64 anos, comentou com
alguns parentes que havia dois forasteiros na cidade intencionados a
matá-lo: a conversa parecia sem fundamento, mas o tempo mostrou que não.
No começo da noite dessa sexta-feira, 23, o idoso foi morto com quatro
tiros de revólver no centro de Igaracy, onde residia. Agora o delegado
José Pereira, que investiga o caso, quer saber dos familiares de Edgar
se ele tinha alguma inimizade que justificasse a desconfiança de que
seria morto.
Os homens que mataram o aposentado chegaram à cidade possivelmente na
terça-feira, 20, segundo o delegado, e alugaram uma casa pelo valor de
150 reais. Pagaram um mês de aluguel antecipado, mas passaram apenas
três dias: período em que supostamente averiguaram a rotina da vítima e
planejaram a fuga, mas as coisas deram erradas.
Pouco mais de meia hora após os disparos, no momento que tentavam fugir
pela estrada entre Igaracy e Itaporanga, os pernambucanos Erivelton
Guimarães Coelho e Joelson Vagner da Silva, ambos com 27 anos, foram
presos pela Polícia Militar. Eles estavam em uma moto com placa de um
carro, ou seja, placa fria e possivelmente produto de furto ou roubo. A
arma do crime, um revólver calibre 38, também foi apreendida junto com
farta munição e quatro cartuchos deflagrados.
Com a dupla, foram encontrados ainda dois celulares e pouco mais de
1.800 reais durante a revista momentos após a prisão, mas, na manhã
deste sábado, ao vistoriar o local da viatura onde eles foram
transportados, os policiais encontraram mais 800 reais e três chipes de
celulares embaixo do pneu suporte.

Erivelton, que confessou ter sido o condutor da moto durante a execução,
chegou a dizer aos policiais que o crime foi encomendado por 1.800
reais e ele receberia 1 mil para dar fuga ao comparsa, mas hoje se sabe
que a encomenda foi bem mais cara.
Encaminhados para a delegacia de Piancó, eles foram autuados em
flagrante pelo delegado José Pereira por homicídio qualificado e
mediante paga. Segundo o delegado, os dois confessaram o delito, e
citaram alguns nomes como possíveis mandantes do assassinato. O dono da
casa onde os dois ficaram já foi ouvido e disse não conhecer a dupla.
Antes de sair do imóvel, tiveram cuidado para não deixar nenhuma pista:
queimaram todo o lixo que produziram durante os dias que ficaram no
local, conforme o dr. Pereira.
Após a lavratura do flagrante, que varou a madrugada, Erivelton e
Joelson foram encaminhados à cadeia pública de Piancó, e seus familiares
em São José do Egito (PE) já foram informados sobre a prisão.
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