domingo, 25 de maio de 2014

Nossa realidade sanitária: águas do São Francisco vão se misturar a esgoto no rio Piancó

Cidades às margens do rio precisarão ser saneadas antes da transposição.
Por Redação da Folha – Já está decidido: o Vale será uma das três entradas d’água do São Francisco na Paraíba através do rio Piancó, mas a boa notícia veio carregada de um questionamento e de uma preocupação: tomado por esgoto como se encontra, como poderá nosso rio receber a transposição?

Uma pergunta difícil: nem o próprio governador Coutinho indagado pela Folha sobre o assunto durante entrevista coletiva em Itaporanga no começo do mês passado soube responder, lavou as mãos e jogou a responsabilidade para o Governo Federal, que é quem, segundo Ricardo, dispõe de recursos para sanear e tratar os esgotos das cidades que margeiam o Piancó.

O custo para fazer as águas do Velho Chico chegar ao rio Piancó, a partir do açude de Condado, é de cerca de 200 milhões de reais e outros milhões terão que ser empregados em saneamento básico, caso contrário a transposição para o Vale será um fracasso: as águas transpostas vão se misturadas a esgotos e se tornarão impróprias.

O rio Piancó está morrendo pelos dejetos produzidos pelos centros urbanos localizados em suas margens, e o projeto de transposição seria a esperança de revitalização do rio, mas se ele não vier acompanhado de obras sanitárias em cidades como Conceição, Ibiara, Diamante, Boa Ventura, Santa Inês, Itaporanga, Piancó e Coremas, o problema não será resolvido, e pior: se agravará ainda mais: aumentará a quantidade de água contaminada e o gasto público com a obra também vai para o esgoto.

Das cidades citadas, apenas Coremas está sendo beneficiada por um projeto de esgotamento sanitário, mas a obra, que é do Governo do Estado em parceria com o Federal, está parada por falhas em sua execução.
Foto: esgoto correndo para dentro do rio Piancó em Itaporanga: é um dos muitos ao longo do rio.

Fonte: http://www.folhadovali.com.br