domingo, 28 de julho de 2013


Nem o auxílio da Bolsa Família ele tem, apesar de cadastrado
Por Redação da Folha – Poucas coisas povoam o casebre onde Gilvaldo Faustino se abriga com a família, que tem uma criança de 9 anos e uma adolescente de 16. Entre as tralhas, um pote velho e um fogão de lenha que quase não é aceso nos últimos meses por falta do que cozinhar.
Ele trabalhou como gari da Prefeitura de Itaporanga a até o final da gestão passada, mas não teve o contrato renovado pela atual e precisou deixar a cidade por não poder pagar aluguel: atualmente ocupa um casebre no sítio Pau Brasil, vivendo em condições subumanas por falta de uma renda mínima: “Ganhava alguma coisa destocando a terra e tirando lenha, mas não tem mais serviço e vivo nessa situação que você está vendo aqui: sem nada”, comentou Gilvaldo, que tem 52 anos e já quase nenhuma esperança: “fiz o cadastro da Bolsa Família há seis meses, mas nunca recebi nada”.

Os dias se sucedem com a casa vazia, comendo quando raramente aparece alguma coisa, o que é extremante sacrificante para todos, especialmente para a criança de 9 anos. Sem alimento regular e vestindo molambos, a menina também não estuda por falta de escola: a mais próxima fica a alguns quilômetros do local onde a família vive e o pai diz que ela não tem condições de se deslocar para tão longe.

Além de toda exclusão sofrida pela criança, ela também não tem registro de nascimento, assim como a mãe, que, igualmente, nunca foi registrada, ou seja, é como se essas pessoas não existissem, vivendo em completa marginalização. Na tarde desse sábado, 27, por exemplo, não tinham nada para jantar. "O que eu mais queria agora é que voltasse meu trabalho de gari na Prefeitura para poder ganhar o pão pra minha família", apelou.

O sofrimento da família, que nem água tem, precisando andar quilômetros a pé para se abastecer, pode ser amenizado. Pela solidariedade de algumas pessoas, ela irá mudar de residência: vai para a moradia em outra propriedade: “lá pelo menos água tem e o dono da terra prometeu que faria o que pudesse pela gente”, comentou choroso durante contato com a Folha (www.folhadovali.com.br). Ele perdeu recentemente a mãe, que não suportou tanto sofrimento.

Diante de situação tão extrema, a fundação humanitária José Francisco de Sousa está se mobilizando para regularizar a situação documental da família e garantir outros auxílios a essas pessoas que hoje vivem em completa exclusão. Quem puder ajudar, pode entrar em contato com o telefone da fundação 9929-1045. Foto (www.folhadovali.com.br): família vivendo  em condições precárias.