quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Polícia Federal caça falso médico que atua no interior da Paraíba...


A Polícia Federal (PF) está à procura de um falso médico que vem atendendo em hospitais do interior da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte, há quase dois anos.

Segundo denúncia, o falso médico conhecido por Bruno Silva, teria cursado três períodos do curso de medicina na Faculdade de Medicina Nova Esperança, em João Pessoa, e estaria dando plantões em diversas cidades dos interior dos três estado, principalmente de Pernambuco.

De acordo com denúncia do clínico geral pernambucano, Bruno Tenório Gonçalves, o impostor estaria usando o número de seu registro no Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe).

O médico revelou que foi colega de turma durante três períodos no faculdade Nova Esperança.

No dia 28 de outubro, o médico estava de plantão no SAMU em Vitória de Santo Antão, quando recebeu um comunicado de que no Hospital João Murilo, em Glória do Goitá, estava acontecendo uma remoção de um paciente para a cidade de Palmares, acompanhada por um médico que estava se apresentando com o nome de Bruno Silva e o número do seu CRM. O médico decidiu ir ao Hospital João Murilo, de onde o suspeito já havia saído, sendo informado que o falso profissional estaria realizando plantões esporádicos naquele hospital há cerca de um ano e seis meses, tendo inclusive realizado somente naquele dia, cerca de 80 atendimentos prescrevendo medicação e até entubando um paciente em estado grave. Imagens do circuito interno de câmeras mostram o falso médico no Hospital João Murilo neste dia, entrando com um paciente entubado na emergência, falando como o médico plantonista  sobre a transferência do paciente e sua movimentação dentro da unidade de saúde.

O médico acrescentou que em janeiro deste ano já havia prestado uma ocorrência contra o mesmo suspeito na cidade de Afogados da Ingazeira, quando o suspeito teria usado o CRM de Bruno e de uma outra pessoa que na época possuía apenas dois meses de formação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e que nunca havia trabalhado em Glória do Goitá nem sabia que seu nome e inscrição estavam sendo usados de forma criminosa.

Ao tomar conhecimento, a Polícia Federal iniciou levantamentos para localizar o falso médico a fim de intimá-lo a comparecer na sede da corporação, onde ele deverá ser ouvido. Além disso, o procedimento será enviado para a Corregedoria Regional para que seja analisada a questão da competência para prosseguir nas investigações ou a transferência do caso para a Polícia Civil. Os crimes que estão sendo investigados são de falsidade ideológica e exercício ilegal da medicina, cujas penas podem chegar a 10 anos de reclusão.

Diário de Pernambuco