terça-feira, 11 de outubro de 2016

Grupos fazem manifestos contra decisão que proíbe vaquejadas na Paraíba


STF decidiu, na semana passada, tornar evento ilegal. Medida divide opiniões no Nordeste, onde vaquejadas são bastante comuns
Autor: Redação do Portal
Na Capital, concentração foi na Praça da IndependênciaVaqueiros e defensores da realização de vaquejadas fazem, na manhã desta terça-feira (11), em pelo menos 10 cidades paraibanas, manifestos contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que proíbe o evento. De acordo com o diretor de planejamento e relações públicas da Associação Brasileira de Vaquejada (Abvaq), Leon Freire, cerca de 40 municípios de outros estados do país também devem aderir à manifestação. Veja fotos e vídeo mais abaixo.

Em João Pessoa, a concentração do protesto foi na Praça da Independência. Apesar de ter início marcado para as 9h, às 7h30 já tinham chegado carros com manifestantes ao local. O grupo seguiu em direção à Praça dos Três Poderes após a chegada de todos os apoiadores da causa. Alguns vaqueiros fizeram o percurso montados em animais.
Por causa do ato público, o trânsito ficou intenso e lento em ruas do Centro da cidade. Agentes da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob-JP) atuaram no disciplinamento no tráfego.
Trânsito ficou lento em trechos por onde o protesto passou
“Queremos pedir apoio político para conseguir barrar essa decisão que prejudica milhares de pessoas. As pessoas que não conhecem a vida no campo precisam entender que não maltratamos animais. Pelo contrário, a Abvaq exige padrões que garantam a segurança do animal na vaquejada”, argumenta Leon.
“Foi comprovado que são necessários pelo menos 30 cm de areia para que o animal não se machuque, então exigimos isso, por mais que custe caro. É obrigatório colocar protetor de cauda nos animais e proibido qualquer sangramento. Se for verificado qualquer rastro de sangue, o competidor é desclassificado”, exemplifica o diretor da Abvaq.
Carros com animais chegaram cedo ao local de concentração
Leon Freire ainda defende o caráter cultural das vaquejadas. Segundo ele, o valor pago aos vencedores das competições é baixo e não justifica o exercício da atividade. “Num evento de grande porte, a premiação pode chegar a R$ 100 mil. Mas esse valor é divido para 20, então daria apenas R$ 5 mil para cada um. Não é por isso que eles participam. É uma questão cultural. A vaquejada é um esporte que, no Nordeste, só perde para o futebol. Muitas crianças do campo não sonham em ser jogador, mas sim em ser vaqueiro”, defende.
Além disso, o diretor da Abvaq argumenta que mais de 120 mil empregos diretos e mais de 600 mil indiretos são gerados pela vaquejada. “É um evento muito importante para a economia e também muito representativo para o povo nordestino. No ano passado, por exemplo, quase 500 vaquejadas ocorreram somente no Ceará. Elas possibilitam muita movimentação de capital financeiro, pois não são só competições, existem também os leilões e outras atividades”, conclui.  

Fonte: Portal Correio