domingo, 23 de novembro de 2014

'Seu Lunga' morre aos 87 anos em Barbalha, no Ceará; jornalista de Conceição lembra sua passagem pelo estabelecimento comercial do “homem ignorante” e divulga imagens exclusivas...


Joaquim Santos Rodrigues, o "Seu Lunga", morreu por volta das 9 horas deste sábado (22) na cidade de Barbalha, no Cariri cearense.

"Seu  Lunga" nasceu no dia 18 de agosto de 1927, no Sítio Gravatá, na zona rural do município de Caririaçu, na Região do Cariri.  Viveu a infância com os pais e sete irmãos no município de Assaré, e com 16 anos foi morar em Juazeiro do Norte.

(Nena visitou Seu Lunga)

Comerciante, poeta e repentista, o cearense era um dos mais folclóricos nomes da cultura popular nordestina. Tornou-se personagem de inúmeras anedotas por suas respostas ao ''pé da letra'', diretas e intempestivas.

Imagens abaixo - veja o que disse a jornalista sobre Seu Lunga:

O apelido, recebeu de uma vizinha que passou a chamá-lo de Calunga que, com o tempo foi reduzido para "Lunga". Casado com dona Carmelita Rodrigues Camilo, era pai de 13 filhos, dos quais, dois morreram. "Seu Lunga" tinha 87 anos e estava internado no Hospital São Vicente de Paulo há três dias, em Barbalha, por causa de um câncer de esôfago.

A Jornalista conceiçãozense Nena Martins, ao tomar conhecimento do triste fato, divulgou imagens inéditas de sua passagem ao estabelecimento comercial do “ignorante”.

“Hoje o Ceará amanheceu triste, Juazeiro do Norte amanheceu sem seu filho. Ele era tido como uma pessoa ignorante, mas de tão especial que ele era, chegou a ser homenageado várias vezes, na TV, no jornal, nas redes sociais, nos cordéis. Era uma homenagem que sempre roubava um sorriso da gente. Eu tive a honra de conhece-lo. Fui recebida de forma curiosa. Seu Lunga me olhou dos pés à cabeça e disse: diga? Eu disse boa tarde seu lunga. Ele afirmou que sim com um gesto simples, balançando a
cabeça. Meu primo Francisco Martins, disse, seu Lunga esta é Nena Martins uma jornalista paraibana, veio só pra lhe conhecer. Ele olhou bem serio, torceu a boca e respondeu: Ela não tem outra coisa pra fazer não? E eu dando uma de doida comecei a fazer perguntas, naturalmente, perguntas com respostas esperadas. Pedi para ser fotografada com ele. E ele veio, saiu de trás do seu balcão famoso em sua sucata, e fez algumas fotos comigo. Finalizou recitando poesias para mim, tecendo elogios. Sai dali encantada. E sempre voltei, anos a fio, passava, olhava ele, via que estava bem e cumprimentava. Meses atrás observei sua sucata de portas fechadas, logo percebi que algo estava acontecendo. Ele era doce, tinha cara de nordestino sofrido, mas, era bem real e nunca levou desaforo para casa. Deus te conduza a um lugar especial. Verdadeiramente sentida.” Publicizou Nena Martins.


Do DiamanteOnline com Informações do G1-CE e do Facebook