O Procurador da República, Dr. João Raphael, que também representa o Ministério Público Federal, concedeu entrevista a imprensa
na manhã desta quinta-feira, (21), sobre a ação de improbidade
administrativa, decorrente de inquérito público instaurado pela
Procuradoria da República, sobre possíveis irregularidades na realização
do São João de Patos.A investigação aponta que houve um esquema ilícito montado nas execuções do São João de Patos em 2014, 2015 e 2016, bem como de enriquecimento ilícito de investigados que se beneficiaram a partir de apropriação de recursos captados em patrocínios do evento.
A ação civil partiu da investigação da Operação Desumanidade, onde de acordo com o Procurador, a investigação de fatos compartilhados na operação, comprovou novas irregularidades.
De acordo com o Procurador, a Prefeitura de Patos teria feito uma licitação direcionada, para que a empresa Área Badalada ganhasse a concorrência do evento: "Da forma que foi feito, seria impossível outra empresa concorrer, só entraria quem soubesse como funcionaria o esquema, no caso, a Área Badalada", explicou.
Dr. João Raphael disse ainda que a empresa de eventos era usada apenas para dar legalidade a licitação, mas quem comandava todo o São João era a Prefeitura Municipal de Patos: "Apesar de ser a empresa contratada realizar o evento, quem fazia tudo era a Prefeitura. Contratação de bandas, pagamentos, valores de cachê, etc", falou.
O Procurador explicou ainda que após feita a captação de patrocínios e recursos para o São João, o que sobrava da festa era dividido entre a empresa e integrantes da Prefeitura: "As contratações das atrações eram feitas e o que restava em dinheiro, era dividido entre eles", esclareceu.
Cinco mandados de condução coercitiva e outros mandados de busca e apreensão contra empresários e servidores da Prefeitura Municipal foram cumpridos. A secretária de Finanças do Município, Meryclis D'Medeiros, além dos sócios da Área Badalada Wescley Barbosa Lima, Joseilson Felipe da Silva e Wadi de Andrade Barros, prestaram depoimento na sede do Ministério Público Federal. A Chefe de Gabinete da Prefeitura, Ilanna Araújo Motta, estava em João Pessoa e será ouvida na Capital.
O advogado da Prefeitura Municipal de Patos se pronunciou e disse que o Ministério Público Federal se precipitou na aquisição de provas necessárias que possam comprovar alguma ligação ilícita da empresa Área Badalada com a Prefeitura de Patos, na realização do São João da cidade.
Segundo Aylan Pereira, por se tratar de uma parceria público privada, seria impossível que o município não tivesse uma contrapartida apenas na organização do evento.
Fonte maispatos