quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Universitários de Itaporanga que estudam em Patos se queixam de superlotação nos ônibus



Problema se agravou depois da quebra de um dos veículos




Por Isaías Teixeira/Folha do Vale – Os universitários de Itaporanga que estudam à noite em Patos estão se queixando de superlotação nos ônibus. O problema é provocado pelo número insuficiente de veículos disponibilizados pela Prefeitura para o transporte dos estudantes, cada vez mais numerosos, e se agravou ainda mais com a quebra recente de um dos ônibus.


Com poucos veículos para fazerem o transporte de muita gente - são três ônibus atualmente para carregar mais de 100 estudantes -, faltam assentos para acomodar todos eles, e muitos universitários estão indo e vindo em pé, sem nenhuma segurança e correndo o risco de sofrerem acidente. São mais de 200 km e cerca de 4 horas de viagem dentro do ônibus no percurso de ida e volta. A longa distância torna a viagem muito cansativa, principalmente para quem não consegue um assento.

A superlotação ficou ainda pior porque, dos três ônibus, um deles, de capacidade para 62 lugares, está em revisão na cidade de Campina Grande e, enquanto ele não chega, foi locado um micro-ônibus de 29 assentos, mas nesse veículo não é possível acomodar todos os estudantes do ônibus que está parado. Com isso, uma boa parte dos estudantes está sendo transportada nos outros dois ônibus, que já viajavam com muita gente em pé. “Tem gente viajando até nos degraus dos ônibus”, disse um estudante, revelando ainda que muitos universitários não conseguem embarcar, vindo a perder aulas.

Para carregar todos os universitários sentados seriam necessários, pelo menos, quatro ônibus. Ou seja, o município teria que adquirir mais um veículo. Em contato com a nossa reportagem na tarde desta quarta-feira, 19, a secretária de Educação, Josilene Gonçalves, deu uma boa notícia para os estudantes. Segundo ela, a Prefeitura está no aguardo de dois ônibus de 62 lugares que foram doados à Prefeitura pelo Governo Federal. A gestora adiantou que os veículos serão colocados para o transporte dos universitários, o que poderá resolver, definitivamente, o problema de superlotação. Josilene afirmou ainda que o município foi contemplado com mais três micro-ônibus, um dos quais doados pelo Governo do Estado esta semana.

Um problema que se repete - O fato é que, a cada ano, aumenta o número de universitários de Itaporanga para estudar em Patos, mas o poder público municipal não tem se preparado para atender a demanda, e o problema de superlotação dos veículos se repete a cada administração. E não é por falta de conhecimento da situação. O próprio prefeito do município, Audiberg Alves, já sentiu na pele o sofrimento enfrentado pelos atuais e antigos universitários itaporanguenses, em razão dele sido um dos mais assíduos usuários do transporte. Foi como estudante e, mais recentemente, como professor de uma instituição particular de ensino superior de Patos antes de chegar ao poder.

Quando assumiu a Prefeitura, Audiberg prometeu revolucionar o transporte dos universitários, embora não tenha cumprido até agora. Há informações, por exemplo, de que o gestor sondou, no início do seu governo, colocar um veículo até Patos na parte da manhã para os estudantes universitários interessados em estudar nesse turno, mas esse projeto, que é interessante, foi descartado pela secretária Josilene. “Está descartado porque se eu colocar ônibus para ir a Patos de manhã, vai faltar para a educação básica”, disse.

Universitários recebem privilégios – Outra queixa está relacionada ao privilégio que alguns estudantes veteranos têm para viajar nos ônibus públicos. Eles estariam “apossando” das cadeiras dos veículos como se fossem propriedade particular, inclusive chegando a mandar os novatos se levantarem. Um abuso que já provocou discussões entre estudantes e deveria ser banido pela Prefeitura, já que os ônibus são públicos e ninguém pode ter privilégio no que é propriedade de todos. “Os veteranos têm prioridade no assento por terem ido em pé em outros anos, mas há revezamento nas cadeiras, que é controlado por uma comissão eleita pelos próprios estudantes”, ponderou a secretária.

Estudantes pagam uma taxa - Apesar do transporte dos universitários ser fornecido pela Prefeitura, há queixas quanto à cobrança de uma taxa mensal de 10 reais de cada estudante para ter direito ao transporte. Mas secretária Josilene esclareceu que o dinheiro não é cobrado pela Prefeitura, mas, sim, pelos motoristas, aos quais o dinheiro é pago diretamente pelos estudantes. “Os motoristas cobram a taxa porque eles não querem ir a Patos apenas com o salário que recebem da Prefeitura”, esclareceu a secretária. 
Foto: universitários em ônibus superlotado.