Quem viaja pelas
estradas entre cidades atingidas pela pior seca das últimas décadas no
Sertão do Estado se espanta com a sequência interminável de carcaças de
bovinos ao lado das pistas. A morte de cabeças de gado é o impacto mais
visível e chocante da estiagem.
Nas margens das
Rodovias, a exemplo a PB-361, a poucos quilômetros da cidade de Boa
Ventura no Vale do Piancó, está instalado o retrato de uma das maiores
secas da história. Uma área que há bem pouco tempo era ocupada por
pastagem virou cemitério de carcaça de animais mortos de sede e fome.
Nos últimos dias pudemos
registrar várias imagens da real situação e em um amontoado só
registrou pelo menos seis carcaças de animais mortos.
A microrregião do Vale
do Piancó é uma das mais castigadas com seca. Na maioria das
propriedades o gado espera o socorro que não veio até o momento.
Aquelas vacas mais velhas são as que morrem primeiro, já enfraquecidas
elas dão o último suspiro e ali deita a cabeça até morrer num retrato
triste e cruel que maltrata os animais e humilha o homem forte do sertão
por se sentir enfraquecido.
(Diego Nogueira - Vale do Piancó)
Na região é difícil
encontrar um criador que já não tenha perdido ao menos um animal morto
de fome. Mesmo aqueles criadores que têm condições financeiras não têm o
que fazer, pois não há ração para comprar.
(João Faissal - Boa Ventura)
O empresário diamantense Roseviltom Matias, já registrou pelo menos 45 mortes dentro do seu rebanho.
O cenário tende a se
agravar ainda mais, caso não chova nos próximos dias. Na Paraíba ao
menos 40% do rebanho bovino já morreu, a falta de chuvas no Estado
atinge cerca de 60 mil produtores.
DiamanteOnline com Radar Sertanejo