Recentemente, um homem de 52 anos tirou a própria vida em Itaporanga ao tocar fogo no quarto em que estava
Mais uma vez, Nova Olinda vivencia o
drama do suicídio. Agora foi uma jovem de 18 anos e que estava grávida.
Suzana Kércia da Silva Caetano morreu por volta das 4 horas da tarde
deste domingo, 8 de Julho de 2018, no hospital de Piancó, 24 hora depois de envenenar-se:
ela ingeriu vários comprimidos para pressão alta e diabetes e também um
veneno conhecido como chumbinho, usado para matar rato.
A jovem, que residia com a avó no
distrito de Manguenza, município de Nova Olinda, estava grávida de 5
meses de um rapaz não identificado pela família, mas a razão do suicídio
pode não está relacionada diretamente à gravidez: segundo informações
do delegado José Pereira, que apura o caso, antes de tirar a própria
vida, ela teria se desentendido com a avó por causa de uma viagem à
cidade, mas nada de tão grave que pudesse levá-la a ato extremo contra
si mesma.
Segundo o delegado, na tarde desse
sábado, aproveitando que a avó, com quem foi criada, ausentou-se de
casa, Suzana Kércia ingeriu os comprimidos da idosa e o raticida. “A
queixa da família é que a equipe do SAMU socorreu a jovem ao hospital,
mas não disse ao médico que ela havia ingerido chumbinho, somente os
comprimidos, e o médico só descobriu sobre o veneno nessa madrugada, mas
era tarde demais: pelos comprimidos, ela não morreria, mas o veneno é
muito tóxico e ela não resistiu”, disse o delegado, ao informar que a
venda de chumbinho é proibida e sujeita o vendedor a um processo penal.
Conforme ainda José Pereira, a jovem
convivia pouco com a mãe, e somente há pouco tempo teve o reconhecimento
do seu pai biológico graças a um exame de DNA. A família conta que Suzana não aparentava sinais de depressão e nas últimas horas de vida, no leito do
hospital, pediu que a avó não a deixasse morrer. Seu corpo foi
encaminhado para exame necrológico em Patos. Como a gestação tinha
poucos meses, não houve como salvar a criança.
Nos últimos dois anos, vários suicídios
seguidos chocaram Nova Olinda, mas as autoridades permanecem omissas:
falta assistência psiquiátrica e social. Somente nos últimos 66 dias,
três mulheres tiraram a própria vida: Damina Isidro da Silva, de 25
anos, Eva Silvestre da Silva, de 29, e agora Suzana Kércia, que no dia
23 de Março passado completou 18 anos.
O Vale é a região do estado onde mais as
pessoas se matam: recentemente, um homem de 52 anos tirou a própria vida
em Itaporanga ao tocar fogo no quarto em que estava. Ele vivia sozinho e
tinha um histórico de depressão.