Muitos estão considerando um milagre o aconteceu com Romário Ferreira, de 28 anos, que lutou pela vida durante oito horas. Felizmente a história teve um final feliz, mas os traumas estão no corpo e na memória do homem.
O fato aconteceu no sábado (8) por volta das 19:00h quando, mesmo sem saber nadar, Romário tentou atravessar uma passagem molhada no sítio Redondo, na zona rural do município de Cachoeira dos Índios, no momento em que o rio estava transbordando com uma forte correnteza.
Antes do incidente, Romário estava acompanhado de Wissdami Silva, mas o amigo havia saído para deixar a moto em uma casa próxima. Foi nesse momento que Romário acreditou que era possível atravessar a passagem molhada. Quando Wissdami retornou, o homem já havia sido levado pela correnteza. Dezenas de pessoas iniciaram a busca e somente uma hora depois é que conseguiram ouvir a voz de Romário pedindo socorro.
“A gente chegou aqui e não teve como a gente passar de moto. Eu voltei para deixar a moto e ele ficou no local. Quando eu voltei para encontrar ele não estava mais, pedi ajuda de outros colegas, procuramos por ele. Veio muito gente procurar, quando a gente encontrou ele era oito horas da noite e a gente só conseguiu retirar às 4 horas da manhã”, relatou Wissdami.
Foram oito horas de pânico enquanto Romária lutava bravamente por sua vida. Ele só escapou de morrer afogado porque conseguiu se agarrar aos arbustos que ficam no meio do rio.
“Foi num pé de espinheiro alto, eu me peguei e quando eu estava segurando nele vi que a água estava aumentando. Eu subi e peguei em um gancho que tinha em cima, passei um bom tempo. Eu pensava que ia subir mais a água e não ia ter mais galho para eu me segurar e eu ia descer. Pensava que eu ia morrer”, disse Romário.
Mas o drama não acabou aí, já que não era possível resgatar Romário por causa do volume do rio e a força da correnteza. Como o Corpo de Bombeiros não teve condições de acesso à área alagada, Romário teve que suportar por cerca de oito horas agarrado ao espinheiro até que a água baixasse e os voluntários pudessem resgatá-lo. No corpo, ficaram as marcas da luta pela vida.
“Quatro horas da manhã a gente pegou umas cordas grandes, aproximamos dele, jogamos a corda para ele pegar, foi quando conseguimos puxar ele para fora da correnteza”, relatou o amigo.
O homem disse ainda que ao ser resgatado ajoelhou-se, rezou e gradeceu a Deus por ter saído vivo da situação.
DIÁRIO DO SERTÃO