Deputados defensores dos direitos dos animais criticaram a PEC que, no entendimento deles, permite a prática de maus tratos
Autor: Redação do Portal
Deputados defensores dos direitos dos animais criticaram a PEC que, 
no entendimento deles, permite a prática de maus tratos. Em outubro do 
ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucional 
uma lei do estado do Ceará que regulamenta a prática das vaquejadas 
porque submeteria os animais à crueldade.
“O STF entendeu que deve prevalecer o direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, porque se trata de um direito que cuida de 
algo que diz respeito ao indivíduo, à sociedade e às futuras gerações, 
e, por essa razão, declarou inconstitucional a vaquejada pelo sofrimento
 que provoca nos animais”, disse o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ).
A proposta, de origem do Senado, foi defendida principalmente por 
deputados das regiões Nordeste e Centro-Oeste. O deputado Domingos Neto 
(PSD-CE) rebateu as críticas e disse que o texto da PEC vem justamente 
regulamentar a prática. “Uma vaquejada com rabo artificial, com proteção
 para o cavalo, com uma nova cama de areia, garantindo proteção ao 
animal”, disse.
“Essa PEC é para resguardar a história do país, a bravura do vaqueiro
 e do homem nordestino. E também para reavivar uma força econômica muito
 importante para o povo brasileiro”, acrescentou o deputado Danilo Forte
 (PSB-CE).
O deputado João Marcelo Souza (PMDB-MA) disse que os que se colocam 
contra o texto adotam uma atitude hipócrita. “São deputados do Sul, do 
Sudeste, que nada entendem de vaquejada. Isso se chama hipocrisia. Vocês
 não conhecem a cultura do Nordeste. Nunca se quis fazer mal a animal 
nenhum”, disse.
O deputado Ricardo Izar (PP-SP) rebateu Marcelo Souza e afirmou que 
uma “manifestação tão agressiva assim só poderia se esperar de alguém 
que defende os maus tratos contra animais”. Izar é um dos principais 
defensores dos direitos dos animais na Casa e chegou a presidir uma 
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar casos de maus 
tratos.
O texto da PEC agora terá que passar por nova votação no Plenário da 
Câmara, em segundo turno. O prazo regimental determina intervalo mínimo 
de cinco sessões entre uma e outra votação. Caso não haja alterações no 
texto, ele será promulgado. Do contrário, terá que retornar ao Senado 
para nova votação. 
Fonte: Agência Brasil
